segunda-feira, 7 de março de 2011

Dani - Um cão especial


Dani era um cão dócil, obediente e fiel. Tinha um pêlo castanho brilhante como um sol de meio-dia, os olhos eram meigos e parecia que sorriam sempre que olhava para o dono. Gostava de ir passear e de estar em casa. Rodrigo, o dono dele, era professor universitário e tinha muito pouco tempo para dedicar a Dani. O filho dele, o Tiago é que tinha mais tempo para ele, pois o cão era o seu melhor amigo. Sempre que chegava da escola, ia directamente fazer festas ao cão e levava-o a passear no jardim mesmo em frente à casa, por vezes iam mais longe, mas isso era um pouco arriscado.
Tiago, com apenas 9 anos, aprendeu desde cedo a cuidar de si, porque vivia sozinho com o pai desde tenra idade. Cristina, a sua mãe, morreu quando Tiago tinha apenas 3 anos, num acidente a caminho do trabalho. Desde então o seu pai não voltara a casar. Era um menino de uma beleza invulgar, os olhos eram grandes e de uma vivacidade única, as sardas em torno do nariz davam-lhe um ar de menino rebelde. O cabelo herdou-o da sua mãe, era cor de terra e encaracolado, usava-o um pouco comprido, porque toda a gente lhe dizia que tinha uns caracóis lindos.
                                                                                            
Num dia como todos os outros, Tiago chegou da escola já com saudades de Dani. Entrou em casa, deu um beijo ao pai, fez os deveres escolares e foi ter com ele.
- Olá! ‘Tás bom? Lindo... – disse ele mimando Dani. Como sempre, os olhos de Dani radiavam alegria e este agitava a cauda, todo contente! – Vamos dar um passeio? – Estava agora a pegar-lhe na trela.
Estavam então na berma da estrada quando passou um carro, que não tinha nada de suspeito, mas Dani soltou-se e correu atrás dele. Tiago só teve tempo de gritar “Dani!” e de persegui-lo. O carro ia tão rápido que Dani não conseguiu apanhá-lo e quando desistiu Tiago disse, ofegante:
- Que foi lindo?                                                        
- Grrrrr... – Fez o cão. Tiago, ainda meio confuso, levou Dani para casa. Conseguiu ver alguns pormenores do carro, era um Mercedes cinza versão sportc 220 cdi sw sport editionc 220 cdi sw sport edition.
Quando chegou a casa o pai de Tiago estava a corrigir redacções escritas por alunos dele.
- Pai, nem vais acreditar no que vi! – Disse.
- Querido, agora estou ocupado. – Respondeu o pai.
- Mas pai...
Aí Rodrigo virou-se e disse:
- Diz lá... mas rápido!
- Pai, eu e o Dani fomos passear, e de repente o ele começou a correr atrás dum carro!
- Isso é normal, filho! Mas achas que esse carro tinha algo que atraísse o cão?
- Não, acho que não... – disse pensado bem – mas o Dani ficou parado a cheirar um pingo de sangue, e eu penso que foi de algo que estava na mala do carro.
- Tiago, vamos à polícia. – Disse o pai, muito apressado.
- Porquê?
- Porque essa história é muito suspeita e temos que informar a polícia porque eu li nas notícias que houve um homicídio e que o suspeito se pôs em fuga.

Já na esquadra, Tiago contou tudo o que tinha acontecido no passeio com Dani. De imediato os polícias perguntaram-lhe qual foi a direcção que o carro seguiu, e de seguida Tiago respondeu:
- Foi na direcção das montanhas.
- Então vai buscar o teu cão, porque precisamos da ajuda dele para encontrarmos o carro e desvendarmos este mistério.
Tiago e Dani entraram então no carro da polícia e seguiram em direcção das montanhas. Quando estavam perto de um campo de milho, Dani começou a ladrar e a rosnar, foi quando de repente um homem com muito mau aspecto arrancou muito apressado no carro suspeito. Tiago gritou:
- É aquele o carro, Sr. Polícia!
- Vamos já atrás dele, traz o cão!
Mas Dani já corria atrás do carro. Estava a decorrer uma grande perseguição! Dani continuava a correr sem perder as forças, até que chegaram junto de uma queda. Aí, o carro fez uma grande travagem e o suspeito pôs-se em fuga a pé, mas Dani saltou para cima do assassino mordendo-lhe num braço. Passados poucos segundos estava lá toda a gente, o polícia a tratar do fugitivo e os outros a premiar Dani, com festas e risos.
Depois de vários elogios da parte dos polícias, chegaram a casa. Já era de noite e foram-se deitar. No dia seguinte, quando estavam a tomar o pequeno-almoço, foram surpreendidos com uma notícia no jornal da cidade:
“ O caso do homicídio decorrido no dia anterior, está encerrado. Um menino, seu pai e o cão foram à polícia anunciar que um carro suspeito passou perto da casa deles. O cão, que se pode considerar o herói do caso, interrompeu a fuga do assassino e a polícia pôs o homicida em prisão preventiva.” Ao lerem esta notícia a felicidade de pai e filho estava estampada no rosto com um sorriso largo e radioso, até o Dani com a língua de fora parecia que sorria também.
Foi assim que Dani se tornou um cão muito especial para todos os que ficaram a conhecer a valentia espectacular de Dani!